The Adventures of Neneta on her Enchanted Balloon

As Aventuras de Neneta em seu Balão Encantado

Uma amiga me convidou para ilustrar um livro infantil que a muito tempo ela havia escrito. Mesmo não sendo ilustrador, aceitei humildemente o desafio. Sou diretor de arte e trabalho dentro de uma agência de publicidade. Fazer um livro seria a chance de criar algo diferente, e que durasse mais que um intervalo comercial. De ter também a satisfação de um dia, poder ler para a sua filha, um livro que eu mesmo fiz.

Dentro do universo dos livros infantis, as possibilidades de execução, são infinitas. Com um pouco de pesquisa, é possível ver até uma simples mancha no papel se transformar em personagem. Eu tinha a liberdade para fazer qualquer coisa. Para usar qualquer coisa. Aquarela, lápis de cor, colagem, etc.. Mas vou fazer o que? O papel em branco é mesmo um adversário terrível. Eu poderia recorrer à algum jeito bacana de desenhar, algo só meu... O que não ajudou muito, pois não nunca tive o "meu jeito". Sim, sempre gostei de desenhar e os tenho espalhados por ai, desde sempre. Mas nunca assumi um estilo, nem criado um personagem que percorressem os meus rabiscos.

Precisei escolher uma forma de trabalhar que eu dominava. Acabei escolhendo fazer as ilustrações no Illustrator. Programa que eu uso todo dia e assim eu teria maior controle sobre o traço. Poderia também editá-lo a qualquer momento. O que me ajudou muito, pois o processo foi lento e repetitivo. Pra começar eu só tinha o nome do personagem e algumas dicas da autora, como o cabelo, por exemplo. Mas o restante seria por minha conta. Nessas horas a gente recorre a todo tipo de experiência pra poder se inspirar. Cada página é uma homenagem à alguma coisa ou à alguma viagem.

A cada página finalizada, eu sentia a mão "firmando". Mas percebi como é difícil manter a unidade no traço e no estilo. Demorei para desenhar duas Nenetas iguais. E mesmo agora, que o livro já está pronto, acredito não ter conseguido. 

Realizar este projeto foi um enorme desafio. Mas consegui provar pra mim mesmo que com perseverança e dedicação, a gente consegue superar qualquer desafio. Já plantei uma árvore, fiz um livro e nasceu a minha Gabi. 

Sou um cara realizado e feliz.

A friend invited me to illustrate a children's book she had long written. Even though I was not an illustrator, I humbly accepted the challenge. I am art director and work within an advertising agency. Making a book would be the chance to create something different, and to last longer than a commercial break. And most important,  have the satisfaction of one day, be able to read it for my daughter, a book that I made myself.

Within the universe of children's books, the possibilities of execution are endless. With a little research, you can see even a simple stain on the paper turn into characters. I had the freedom to do anything. To use anything. Watercolor, crayons, collage, etc. Blank paper is indeed a terrible opponent. I could use some nice way of drawing, something just mine... Which did not help much, because I never had the "my way" style. Yes, I've always liked to draw and I've been scattered all over. But I never assumed a style, nor created a character that ran through my scribbles.

I had to choose a way of working that I had mastered. I ended up choosing to do the illustrations in Illustrator. Program that I use every day and so I would have greater control over the stroke. You could also edit it at any time. Which helped me a lot, because the process was slow and repetitive. For starters I only had the character's name and some tips from the author, such as hair, for example. But the rest would be on me. In these hours people use all kinds of experience to be able to be inspired. Each page is an homage to something or to some journey.

With each completed page, I felt my hand stronger. But I realized how difficult it is to keep unity in trait and style. It took me a long time to draw two identical Nenetas. And even now that the book is ready, I believe I have not succeeded.

Realizing this project was a huge challenge. But I have been able to prove to myself that with perseverance and dedication, we can overcome any challenge. I already planted a tree, made a book and my Gabi was born.

I'm an accomplished and happy guy.